Bombeiros arriscam suas vida para salvar outras

O Imparcial abre série de reportagens que mostram os profissionais que trabalham com risco de morrerem. O primeiro da série são os Bombeiros.

No ano de 1989, caía na Alemanha o Muro de Berlim, um dos maiores símbolos da Guerra Fria, representando o desmoronamento do comunismo na Europa Central e Oriental. Naquele mesmo ano, na cidade de Coroatá, interior do Maranhão, o jovem Benedito Francisco Lima e Silva migrava para a capital São Luís, a fim de se tornar bombeiro. Dali a três anos, ele ingressaria no Corpo de Bombeiros, sendo selecionado, posteriormente, entre sessenta homens para ingressar na corporação de bombeiros militares. Hoje, o 3º Sgt. Bombeiro Militar Lima e Silva já participou de operações como desabamento de prédios e resgates difíceis de vítimas e contou à reportagem de O Imparcial como é o dia a dia de um profissional que arrisca a própria vida para defender a vida de outras pessoas.

Para ele, a preservação de vidas é a essência da profissão, o que supera todas as dificuldades que possa haver. "O meu prazer em ser bombeiro me faz superar todas as dificuldades, pois obstáculos existem para ser superados", frisa.

Quando questionado sobre o risco a que está exposto durante as operações, sobretudo as mais delicadas e perigosas, o sargento Lima e Silva garante não sentir muito medo. Ele acredita que a adrenalina na corrente sanguínea atinge níveis tão elevados que mascara o medo. Segundo ele, a família incentiva, apóia e se orgulha da sua profissão, superando a preocupação que possa advir dos perigos diários do ofício.

Em 20 anos de corporação, Lima e Silva já participou de muitas operações, mas que a mais lhe marcou foi " o salvamento de uma mulher gestante de nove meses, que estava num andar de cima de um prédio na iminência de desabar na Praia Grande". Neste dia, o sargento estava de folga, mas como morava no Centro da cidade ouviu um estrondo e se dirigiu ao local. A mulher estava no quarto andar de um prédio histórico, com a estrutura comprometida, onde também havia outras pessoas.

O salvamento foi feito com a ajuda da equipe de técnicos da Companhia Energética do Maranhão (Cemar) que estava presente para desligar a fiação elétrica do poste de alta tensão que caiu sobre o prédio. "Coloquei a escada em ponto estratégico para dar início ao processo de salvamento, mesmo sabendo que toda estrutura do que restou do cômodo estava para vir ao chão. Subi em direção a vítima levando comigo apenas uma corda, e depois de posicionar-me, mesmo com dificuldade, e sem a mínima segurança, a alcancei e conseguir realizar o resgate, sendo que para isto tive que me colocar no seu lugar para que ela descesse pela escada", conta. Esse episódio se passou há 16 anos, mas continua vivo na lembrança do sargento Lima e Silva. "Hoje, a filha da vítima que estava na época ainda no ventre da mãe está com 16 anos de idade, e no ano passado tive o prazer de conhecê-la", diz com orgulho.

O bombeiro também se orgulha de poder ajudar a quem precisa e ainda salvar vidas. Ele fala da atuação desses profissionais em grandes tragédias como os desabamentos ocorridos recentemente no Rio de Janeiro e as enchentes que sempre ocorrem no primeiro semestre em diversos estados, inclusive no Maranhão, e recorda que foi assistindo a uma operação dos bombeiros pela televisão que escolheu a profissão que abraçaria como sacerdócio. "Quando criança, nós não tínhamos televisão e eu costumava assistir na casa do vizinho. Um dia observei num telejornal os bombeiros de São Paulo resgatando com vida uma criança que caiu num poço. Naquele momento decidi que me tornaria um bombeiro", relembra.

Dia a dia
Sempre associados ao profissional que apaga incêndios, os bombeiros também agem em diversas outras situações. Entre os trabalhos prestados por eles, estão: salvamento em altura, corte de árvores, captura de animais, mergulho, combate a incêndios florestais, atendimento pré-hospitalar em caso de acidentes e vistorias técnicas.

Segundo o coronel Pessoa, do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão - CBMMA, as ocorrências mais atendidas por esses profissionais dependem do período do ano. "No mês de setembro, por exemplo, o índice de fogo em vegetação em São Luís é bastante grande, fazendo necessário concentrar a operação no combate a incêndios florestais", explica.

Em pesquisa de satisfação realizada com a população ludovicense, o CBMMA foi escolhido como a instituição que melhor presta serviço à sociedade, perdendo apenas para a Polícia Federal. O coronel Pessoa se diz satisfeito com o resultado. "Apesar das nossas dificuldades, prestamos um bom atendimento a sociedade ludovicense quando solicitado", ressalta.

Operações pontuais do Corpo de Bombeiros:

- Carnaval

- São João

- Operação de Defesa Civil

- Vistorias Técnicas

- Prevenção nas praias

- Operação de final de ano

O Imparcial

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